Diante do aumento das taxas de sobrepeso e obesidade e da prevalência de intervenções centradas na perda de peso, surgem críticas á abordagem tradicional, destacando seus efeitos adversos e sua limitação em promover mudanças sustentáveis. Nesse contexto, ganham espaço as abordagens não-prescritivas, que propõem um cuidado nutricional mais humanizado, centrado no comportamento alimentar, saúde mental e percepção corporal. Trata-se de uma revisão narrativa de literatura, cujo o objetivo foi analisar estudos que aplicam estratégias não-prescritivas no manejo do comportamento alimentar de adolescentes e adultos com excesso de peso. As categorias temáticas encontradas foram: (1) Aplicabilidade do Modelo Transteórico, (2) Contribuições de propostas que integram comida-mente-corpo, (3) Abordagens utilizando a Terapia Cognitivo-Comportamental, e (4) Outras abordagens não-prescritivas. A discussão dos estudos revelou que essas intervenções contribuíram significativamente para melhorias na autoeficácia, motivação, saúde emocional, comportamento alimentar e percepção corporal — ainda que nem sempre resultem em perda de peso imediata. Conclui-se que as abordagens não-prescritivas representam estratégias promissoras, eficazes e éticas no cuidado nutricional, com potencial para promover saúde de forma sustentável, integral e humanizada. Recomenda-se a ampliação de pesquisas com maior rigor metodológico e aplicação clínica contínua dessas práticas.