A microbiota intestinal é um ecossistema complexo de bactérias que desempenha funções cruciais, como proteção contra patógenos, absorção de nutrientes e regulação imune. A comunicação bidirecional entre o intestino e o cérebro, mediada pelo eixo intestino-cérebro, é influenciada pela microbiota. As células enteroendócrinas intestinais produzem neurotransmissores como histamina, serotonina e catecolaminas, modulando essa comunicação. Evidências demonstram que as bactérias probióticas Bifidobacterium e Lactobacillus podem produzir neuromoduladores como o ácido aminobutírico , um neurotransmissor inibitório do sistema nervoso que desempenha um papel importante na fisiopatologia dos transtornos de ansiedade, humor e depressão. Por outro lado, a inflamação intestinal crônica - frequentemente associada a dietas ricas em alimentos processados e ultraprocessados, pode desencadear respostas inflamatórias no cérebro, agravando o risco de desenvolver transtornos do humor. Desvendar os mecanismos de comunicação entre o intestino e o cérebro é crucial para o desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas para esses distúrbios. O objetivo da presente revisão foi estudar a influência da alimentação sobre o eixo intestino-cérebro-microbiota, e como os alimentos funcionais podem interferir nas desordens mentais. A busca dos estudos foi realizada nas bases de dados Google Acadêmico, Medline, Pubmed, Scopus, além de sites oficiais, abrangendo publicações de 2019 a 2024. O uso de probióticos (psicobióticos) e alimentos ricos em compostos como ômega-3, vitamina B, magnésio e aminoácidos ajudam na melhora dos sintomas de depressão e ansiedade, e embora muito se tenha avançado, ainda há muito a ser descoberto sobre o papel do microbioma intestinal na saúde humana. O crescente interesse em probióticos e outros suplementos alimentares destaca a necessidade de mais estudos para auxiliar o desenvolvimento de novas terapias de modulação da microbiota intestinal.