A possibilidade do subdiagnóstico da fibrilação atrial: uma revisão narrativa no contexto da saúde pública brasileira
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A Fibrilação Atrial (FA) é uma arritmia cardiovascular complexa normalmente detectada em exames de eletrocardiograma. Sua relevância clínica está diretamente relacionada ao aumento do risco de acidentes tromboembólicos nos indivíduos afetados. Além do prejuízo individual, a complicação também implica gastos à saúde pública no Brasil com internações e tratamentos. Nesse contexto, o objetivo deste artigo é discutir as possibilidades de subdiagnóstico da FA no Brasil e suas consequências para o cenário da saúde pública do país. Para tal, a fim de sustentar o arcabouço teórico da pesquisa, foram utilizadas as obras de literatura médica da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC): II Diretrizes Brasileiras de Fibrilação Atrial, Tratado de Cardiologia SOCESP 4ª edição e III Diretrizes SBC para Análise e Emissão de Laudos Eletrocardiográficos - Resumo Executivo, associadas a artigos selecionados, para corroborar a atualidade das informações obtidas pelas fontes da SBC, a partir de pesquisas no banco de dados Pubmed, utilizando os descritores do tipo Mesh Terms “Atrial Fibrillation” and “thromboembolism” e “anticoagulants”, todos associados aos filtros: “artigos dos últimos 5 anos”, “meta-análises”, “revisões sistemáticas” e “textos com resumo disponível”. Além disso, para a análise da epidemiologia da FA atual foram realizadas duas pesquisas: na plataforma PubMed para obter dados relacionados a epidemiologia global da FA e na plataforma SciElo. Na plataforma PubMed foram utilizados os critérios de pesquisa “atrial fibrillation/Epidemiology [MAJR]” da categoria “Major Topics” combinado aos filtros: artigos dos últimos 5 anos, meta-análises e revisões sistemáticas. Dessa forma, obteve-se 245 resultados, dos quais 5 foram selecionados baseados em critérios de inclusão. Já na plataforma SciElo, foram utilizados os critério de pesquisa “Fibrilação Atrial” + “Epidemiologia” associados aos filtros: artigos de “2018”, “2019”, “2020”, “2021” e “2022”, para que sejam englobados na análise os últimos 5 anos, sob área temática “Ciências da Saúde”. Com isso, foram obtidos 101 artigos, dos quais apenas 1 foi selecionado baseado nos critérios de inclusão. Baseado nesses dados, realizou-se uma discussão de caráter qualitativo sobre impactos da FA sobre a saúde pública brasileira. Por fim, concluiu-se que há escassez de dados acerca da prevalência da FA no país, além de discrepância entre os dados internacionais com os apresentados no Brasil. Dessa forma, a presente revisão narrativa indica que há subnotificação de FA no país e, portanto, sugere que novos dados epidemiológicos são requeridos para a formulação de melhores planos públicos de ação diante da FA e de suas complicações.