Diante do atual contexto mundial pela busca incessante por materiais renováveis em detrimento ao uso de substâncias derivadas de fontes fósseis, tem-se investigado vários biomateriais que possam substituir parcialmente as matérias primas poluentes. O Brasil, sendo o principal produtor mundial de cana de açúcar, gera anualmente toneladas de refugos da produção sucro-alcooleira, sendo a palha da cana a matéria prima escolhida para a obtenção de lignina. Esta é uma biomassa com elevado teor de lignina. A proposta deste trabalho foi a obtenção da lignina a partir do processo Acetosolv sendo aplicado na palha moída, peneirada e purificada dos extraíveis com etanol no Soxhlet. Após desumidificada, foi exposta a solvólise pelo ácido acético-água (8:2) em rotaevaporador e condições brandas de aquecimento (110 °C) em comparação com os processos industriais, com tempo estacionário de 1 h e logo após a filtração, o licor foi concentrado, resfriado e a lignina precipitada em água gelada (5 °C) e centrifugada. Na análise de Espectroscopia no Infravermelho com Transformada de Fourier-FTIR houveram presença de picos característicos da digital da lignina (1800 e 800 cm-1), estiramentos de carbonilas e carboxilas não conjugadas (1709 cm-1), bandas de anel aromático (1509 cm-1), banda com pico em (825 cm-1) das ligações C-H fora do plano nas posições 2, 5 e 6 em unidades G, 2 e 6 em unidades S e nas posições 2, 3 e 5 nas unidades do tipo H, em 1266 cm-1 vibrações características de unidades G de lignina e a banda a 909 cm-1 é associada a ligação beta 1-4 em carboidratos, que indica a presença de resíduos da matriz lignocelulósica. A análise elementar mostrou a fórmula (C9H10,35O3,71) para a lignina e na análise em bomba calorimétrica apresentou o poder calorífico superior de (21,76 kJ.g-1). Na Termogravimetria e a sua derivada TGA-DTG, a lignina Acetosolv apresentou estrutura química termoestável com energia de ativação (40,69 kJ.mol-1). Neste trabalho foi obtida uma lignina com características preservadas.